segunda-feira, 2 de agosto de 2010

“(…) Não dês ânimo às tuas fraquezas, mas às tuas vontades. Não alimentes as tuas cobardias, mas as tuas audácias. Impõe-te cada dia um obstáculo a vencer, um hábito a mudar, uma outra maneira de ver. Lança-te desafios e tem coragem de os enfrentar. Aprende a florir a vida. (…) Não tenhas medo das tuas fraquezas, dos teus maus pensamentos. Eles existem para estimular a tua vontade, o teu desejo de vencer. (…) O medo não existe. Não tem identidade ou realidade pessoal. Precisa de ti para viver, das tuas dúvidas, das tuas fraquezas. (…) Cada vitória sobre ti próprio é como um nascer de sol. Ultrapassar o medo, todos os medos, abre um horizonte ilimitado. (…) Se queres expulsar o medo, abre portas e janelas no interior de ti próprio, faz entrar a luz, não deixes um recanto de sombra. Analisa, escuta, observa, desliga todas as possibilidades de conflito, guardando um espírito calmo, perfeitamente concentrado. Reencontra a audácia e a lucidez do guerreiro: desce em ti e desenraíza o medo. (…) A coragem não pede uma demonstração heróica, pública, que toda a gente veja, mas uma guerra secreta, no interior de si próprio. A coragem verifica-se todos os dias, nos actos da vida corrente, lutando contra os hábitos, as mentiras, os aranjos, os compromissos, que obscurecem o espírito e impedem a sua libertação. (…)” (1)


(1) “Preceitos de Vida” de Dugpa Rinpoché, Editora Pensamento 1999

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